sábado, 9 de março de 2013

Mosaico

Bons tempos, coisas boas.
Mais uma madrugada profunda, intensa e cheia de algodões, como um travesseiro que é fofo, mas é difícil de assentar para colocar a cabeça.
Sou dessas que gosta de falar pelas entrelinhas, falando o direto indiretamente, porque dá tempo de me esconder.
É fácil falar de si mesmo, difícil é entender a repercussão de si mesmo nas pessoas. Se é que há alguma.
O fato é que nunca me senti tão viva, tão incerta, tão fora do meu eixo. Tão impotente.
Cavalos marinhos, vento no litoral, passarinhos verdes. Nuvens que parecem mais uma parte de algo poético sem sentido que faz todo o sentido.
Como pode haver algo que faz sentido, sem sequer existir?
Uma coisa que, quando mentalizada dá vontade de cantar, mas que, quando usado o raciocínio, dá medo de que seja apenas uma fábula? É nessa hora que vc se sente só, incompreendido, desprovido de lógica e totalmente perdido num baú de lembranças, peças de xadrez, raios de sol e corredores.
Fico imaginando o porquê das coisas. Porque as coisas simples pra mim são tão complicadas. Porque tudo tem que ser tão nebuloso. Será que é mais complicado porque tenho um jeito complexo de assimilar? Ou pelo simples fato de eu existir? (Penso, logo, complico?)

Levando as coisas de um modo mais simples, os sentimentos fazem com que as pessoas tenham dúvidas sobre si mesmas e sobre as outras pessoas de modo que nos questionamos o porquê de sermos, de existirmos e como poderemos ser. Nunca foi tão difícil entender o outro como hoje. Mas desde os primórdios, nunca foi tão difícil encontrar de primeira a porta certa para a chave que você tem na mão. E quando você avista aquela fechadura, depois de tanto caminhar, depois de tanto tentar abrir portas... você pensa que finalmente a sua jornada vai terminar e você poderá entender o que está guardado do outro lado. Mas nem sempre conseguimos.

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